Torção de Testículo
VISÃO GERAL
A Torção de Testículo deve ser o diagnóstico a ser excluído no atendimento primário do paciente com dor testicular. O processo de torção pode ser espontâneo ou desencadeado por trauma. A causa da dor é em consequência de um evento isquêmico que, se não revertido, evolui para a necrose tecidual com perda funcional do órgão.
CAUSAS
Testículo normal é envolvido e fixado posteriormente à túnica vaginal, o que permite algum grau de mobilidade. No entanto, em algumas pessoas, essa fixação é um pouco mais proximal e permite que o testículo gire livremente no cordão espermático dentro da túnica vaginal. Essa alteração congênita chamada de” testículo em badalo de sino” está relacionada ao principal mecanismo de torção, o intravaginal.
Em neonatos, ainda no processo de descida para o escroto, quando a fixação testicular não se deu por completo, o cordão pode torcer em conjunto com a túnica vaginal e mais raramente, causar torção extra vaginal.
DIAGNÓSTICO
O quadro clínico é de dor testicular súbita que pode ser associada ao aumento do volume, febre, náuseas e dor abdominal principalmente ao longo do trajeto do cordão espermático.O exame físico e a história clínica são fundamentais para definir o seu grau de suspeição quanto à possibilidade de Torção de Testículo. Se a suspeita for alta e o tempo de evolução favorável, a exploração cirúrgica, mesmo sem exame radiológico, estará muito bem indicada.
A Ultrassonografia com Doppler é um exame rápido e de fácil realização. Permite que a principal dúvida seja esclarecida: se há diminuição do fluxo sanguíneo.
TRATAMENTO
Assim que a torção é diagnosticada ou altamente suspeita, mesmo sem exames radiológicos comprobatórios, a exploração cirúrgica está indicada.
O objetivo do tratamento é a distorção do cordão comprometido e fixação bilateral dos testículos.
É preciso ter em mente que o mecanismo que favorece a torção do cordão de um lado também costuma estar presente do outro. Assim sendo a fixação do testículo contralateral é mandatória.
Alguns pacientes, infelizmente, não são diagnosticados e tratados em tempo hábil para preservação do órgão. Nesses casos, o processo com os dias de evolução, invariavelmente evoluem para necrose tecidual estabelecida e irreversível.